Arzua ----> Santiago de Compostela
O caminho de Arzua até Santiago de Compostela
Etapa 1 – de Arzua até Lavacolla
Em 22 de maio de 2018 (29,2 km)
Reta final ! Hoje 22 de maio de 2018 é o último dia de caminhada. Por que amanhã estaremos já praticamente no ponto final ! Sou tomado por um enorme sentimento de satisfação e de “dever cumprido” ! Também não quero acreditar que tudo está terminando, que logo não haverá mais caminho a fazer !
Saí de manhã prometendo a mim mesmo que ia curtir o Caminho, sem se preocupar com esse fato, de estar já na final, sem ser dominado pela ansiedade.
Esse foi o único problema que tive na viagem : uma tendinite no dedão do pé esquerdo, que começou há uns 15 dias e foi aos poucos piorando. Tratei com Cataflan até o 10o. dia e depois comecei a tomar Ibuprofeno, que é um analgésico. Eu fiz esse salchicho da foto, com esparadrapo e papel higienico, para deslocar a articulação inflamada para dentro e tentar desse modo imobilizar um pouco o dedão. Funcionou.
Em A Calzada, 6 km após Arzua
Encontramos este pequeno memorial em homenagem a Ramon Pazos Saeje, um padre que faleceu fazendo o Caminho.
“Camino de Santiago, 1996.
Terminaste tu corto ministério sacerdotal haciendo el caminho con nosostros, entregando tu vida al servicio de los demás hasta el ultimo momento ! La Parroquia de San Fco. Javier de la Coruña nunca olvidara tu passo entre nosotros, las huellas del señor no son invisibles. Tu vida es una de ellas.
22 de junho de 1996
El que perda só vida por mi la encontrará.
Ramon Pazos Seaje, Moncho.”
Não sei em quais circunstancia faleceu o homenageado.
Chegando em Salceda
Duas palmeiras de carnaúba, trazidas do Brasil, em Salceda.
Um velho hórreo.
Uma área de descanso com bebedouro, em Santa Irene.
Um ponto de onibus em Salceda, em formato de um hórreo.
Proximo a Pedrouzo
Resolvemos dormir em Lavacolla, pois os hoteis disponiveis mais proximos eram já em Santiago de Compostela. Também queriamos assistir a missa do peregrino ao meio-dia e no dia da chegada em Santiago de Compostela.
Julgamos ser importante assistir a missa descansados e sem fome.
Diante disso, resolvemos dormir em Lavacolla, numa decisão bastante acertada.
Etapa 2 – de Lavacolla até Santiago de Compostela
Em 23 de maio de 2018 (10,2 km)
A apenas 10,2 km da Catedral de Santiago, a sensação de hoje é de que estamos indo a uma missa, em uma igreja distante de casa. Aquele estado de animo de caminhante, de peregrino não existe mais : chegamos, estamos já no final da jornada !
Ansiedade, não quero olhar para o Google Maps, não quero saber se a Catedral está proxima.
As 9:15 chegamos ao Monte del Gozo
Neste local, na Idade Media existia uma capela, inaugurada em 1105, onde os peregrinos oravam em sinal de agradecimento por terem completado a jornada. Essa capela foi abandonada no século 17.
Em 1989 o Monte do Gozo foi revigorado, fizeram ali algumas obras para acolher o evento Jornada Mundial da Juventude, com a presença do Papa João Paulo II.
Existe no Monte do Gozo um grande auditório descoberto, onde já tocaram Stones, Bruce Springsteen, Red Hot Chili Peppers e outras bandas e artistas.
O grande monumento em homenagem ao peregrino é de autoria de uma artista plástica brasileira, Yolanda D'Augsburg Rodrigues.
Monumento ao peregrino, em Monte del Gozo – face com homenagem a João Paulo II
Uma mão aberta representa todos os caminhos, que convergem ao um só destino.
Homenagem a São Francisco de Assis, no monumento do Monte del Gozo.
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Já na zona urbana da cidade de Santiago de Compostela, encontramos esse monumento à Ordem dos Cavaleiros Templarios.
Um grande monumento em homenagem àqueles que ajudaram a divulgar e melhorar os caminhos.
De cima para baixo, Jacobo Sibieski, Dante Aleghieri, Leon de Rosmirthal, Teodomiro de Iria, Papa João Paulo II.
Dante Aleghieri citou os caminhos em “Divina Comédia”.
Brígida de Sullia, Ferraro Quiroga Palacios, Alfonso II el Casto, Santo Domingo de la Calzada, Miguel de Faya Y Rigo.
Não foi possivel fotografar os 4 lados, pois o sol não permitia.
A chegada !
Chegamos na Catedral aproximadamente as 10:30 ! A missa começa as 12:00.
Fomos direto para a porta de entrada da Catedral, mas não era permitido entrar com mochila. Decidimos procurar um guarda volumes nas proximidades, mas a ansiedade era tão grande que desistimos, pois temiamos perder muito tempo. Resolvemos ir até ao hotel que tinhamos já reservado, para deixar as mochilas.
Saimos apressados a procurar o hotel, com a ajuda do GoogleMaps, com medo de se perder e acabar perdendo o inicio da missa.
Felizmente o hotel não era muito longe. No balcão do lobby, aflito, disse ao atendente que iamos deixar as mochilas guardadas e fazer o check-in mais tarde, depois da missa. Ele riu da minha aflição e ansiedade e disse “ não se preocupe, voces tem bastante tempo. Vamos fazer o check-in agora”. Feito o check-in, subimos ao quarto, deixamos as mochilas e saimos voando de volta à Catedral.
As 11:30, finalmente, entramos na Catedral. Para mim, a peregrinação terminou neste momento, em que coloquei o pé na Catedral !
Por pura obra do acaso, por sorte, chegamos no dia 23 de maio, dia da Batalha de Cravijo (quando então Santiago apareceu milagrosamente e ajudou os espanhois nessa batalha). Nesse dia, a missa usa o botafumeiro.
Missa do peregrino. Para mim o momento mais emocionante da peregrinação.
O botafumeiro.
Infelizmente, a entrada principal da Catedral, em frente a praça do Obradoiro, estava fechada, em reforma.
Um nativo nos ofereceu para tirar nossa foto e deu a dica “vamos lá na escada. Dali é possivel sair a Catedral nos fundos”. Infelizmente ele não era um bom fotografo, saiu desfocada e ele cortou uma das torres.
Neste dia, a entrada dos peregrinos era pela porta lateral.
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