O caminho de Rabanal até Molinaseca
O Caminho de Rabanal del Camiño até Molinaseca
14 de maio de 2018. (25,6 km)
Saimos de Rabanal no horario costumeiro, 8:00. A jornada foi longa, por dois motivos. A topografia foi dificil, com longas subidas. E o esta etapa é linda, interessante. Fizemos paradas longas. Chegamos em Molinaseca as 17:00.
From “Camino de Santiago”, John Brierley, ed. Camino Guides
O caminho, proximo a Foncebadón. Imagino que em condições de chuva fique um pouco barrento.
Trouxe do Brasil essas duas pedrinhas. Devem ser deixadas aqui na Cruz de Ferro. É uma tradição secular, deixar pedrinhas aqui. Ao depositar suas pedras, faça um desejo, uma oração.
Solange deixando as pedrinhas dela.
Eu deixando as minhas pedrinhas.
… com o passar dos séculos, formou-se esse montinho de pedrinhas.
Existem várias suposições sobre a origem da Cruz de Ferro, que está no alto desta coluna. Ela pode ter sido erguida para servir de “farol”, ponto de referencia aos peregrinos, numa época em que o caminho não era bem sinalizado. Outra teoria seria que os Celticos, durante o século 11 ergueram a coluna para fins militares, para demarcar um ponto estratégico, e que mais tarde a Igreja Católica colocou a cruz de ferro sobre ela.
Ermita de Santiago, construida em 1982, ao lado da Cruz de Ferro.
Paramos neste barzinho em Manjarín,após 10 km de caminhada.
As origens do povoado de Manjarin remota ao século 11. Acredita-se que um monje chamado Gaucelmo tenha construído neste local um albergue, destinado a atender peregrinos. Um povoado se formou em volta do albergue, com a vinda de agricultores e comerciantes.
Manjarin foi completamente abandonada em 1964, tornando-se uma cidade fantasma. Suas casas ficaram em total ruina. Em 1993, com a volta dos peregrinos, um ermitão chamado Tomaz Martinez de Paz voltou ao local, reformou uma casa e abriu uma hospedaria, ressuscitando o local.
Manjarin
O caminho torna-se a certo ponto cheio de pedras. Aparentemente usaram saibro errado, grosso. O peregrino vai zizuezageando para desviar das pedras. Esse zig-zag faz com que o percurso original, de 25,6 km aumente consideravelmente.
Proximo a Manjarin
Entre Manjarin e Acebo.
Chegando no povoado de Acebo.
Acebo, um barzinho já na entrada.
Acebo é uma típica vila de montanha, com casas cobertas com telhas de taboinhas de pedra, sacadas de madeira em frente a rua e escadas ao ar livre.
Conta uma lenda que na Idade Média a cidade se recusou a pagar um tributo ao rei da Espanha, para que este incluísse Acebo no Caminho de Peregrinos.
Tal como outras vilas do Caminho, a cidade reviveu com a volta dos peregrinos, e está aos poucos sendo reconstruida.
Andar pelas ruas de Acebo é voltar à Idade Média.
Acebo, uma cidade mediaval.
CAsa antiga, com o telhado parcialmente origina, com telhas de taboinhas de pedra.
Ermida dedicada a São Miguel. Estava fechada. Dentro dela há uma estatua de Santaigo, em madeira.
Solange em fretne a um velho casarão abandonado. Me procurando…
Já saindo de Acebo.
Na saida de Acebo, há este monumento feito de aço inoxidavel, em homenagem ao ciclista peregrino alemão Heinrich Krause, falecido em 13/08/1987, aos 70 anos, vitima de ataque cardíaco.
Impossivel descrever a sensação de ser andar num caminho assim. A sua frente, a estradinha segue sinuosa, convidativa, preguiçosa. Ao longe, peregrinos, que voce os vê como almas gemeas. Que surpresas nos reservam a frente ? Um grandioso horizonte, de montanhas e nuvens ao fundo.
Uma curva e uma arvorezinha, que convida voce a descansar na sua sombra.
Casa abandonada em Riego de Ambrós.
Riego de Ambrós.
Encruzilhada proximo a Riego de Ambrós. Me fez lembrar de uns versos, que li durante minha infancia.
Há na vida dois caminhos
Um do mal, outro do bem;
No primeiro brotam espinhos,
O segundo, risos tem.
Um só promete alegrias,
Outro tristezas e dores.
O do bem, risonhos dias !
O do mal, sombras, temores.
Pensa, pois, querido filho
Tens avante os dois caminhos.
Segue o bem, busca este trilho !
Foge do mal, foge dos espinhos !
Autor desconhecido.
Solange segue lá na frente, me acena de longe.
Ponte romana mediaval, em Molinaseca (foto from Wiki)
Santuario Nuestra Señora de las Angustias, já em Molinaseca.
Monumento japones, em Molinaseca
Ponte romana em Molinaseca.
”Nosso” Hostel, em Molinaseca.
Molinaseca é um povoado muito antigo, há relatos de que no século 11 a rainha de Castilla Y Leon, doña Urraca, teria morado nesta cidade.
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