O caminho de Castrojeriz até FRÓMISTA
24,9 KM 04 de maio de 2018.
Saimos de Castrojeriz as 8:10. Esse era o horario habitual de nossa saida, por volta das 8:00. Após uma pontezinha, começa uma subida longa e meio pesada.
Final da subida.
(From “Camino de Santiago”, John Brierley, ed. Camino Guides.)
Um Rollo de Justicia, em Itero de la Vega
Paramos e demos uma olhadela neste pequeno albergue, Albergue de Peregrinos San Nicolas de Puente Fitero. Pelo aspecto da porta e do interior, nota se que era uma antiga ermita. Dentro, há uma pequena venda, do tipo “donation”. É uma venda em que voce se serve e paga o quanto achar justo. Atenção que não é doação beneficente, é pagamento mesmo.
Mais uma ponte mediaval, sobre o Rio Pisuerga.
Rio Pisuerga.
Um muro grafitado.
Retão. Muitos caminhos são feitos de saibro, trazido de fora, por caminhões, como esse.
As 12:10 chegamos a Boadilla del Camino, uma “cidade grande” . É um povoado que existe desde o século 10.
Um ninho de cegonha sobre uma igreja, em Boadilla del Camino. Chegamos numa época em que as babys cegonhas acabavam de nascer !
Um rolo de la justicia em Boadilla del Camino, do século XV. Os rolos eram erguidos por ordem dos reis, familias, igreja, etc. como um marco de autoridade ou posse. Era um simbolo, um aviso do tipo “o pedaço aqui tem dono”. Fazia muitas vezes de poleirinho, local onde se aplicava castigos publicos aos criminosos.
Iglesia Santa Maria (seculo 15), em Boadilla del Camino. Lá em cima da torre, o ninho da cegonha.
Pequeno jardim de tulipas num restaurante em Boadilla del Camino.
Paramos neste bar-restaurante bem interessante. No pátio havia este simpatico monumento aos peregrinos. Pena que a vejetação está atrapalhando, deveria ser podada. O gerente do restaurante era um rapaz que falava fluentemente ingles, frances, italiano e espanhol. Comi uma sopa de feijão.
Encontramos alguns desses “carrinhos de Santiago de Compostela”. Pode ser uma boa ideia para quem tem problemas de coluna.
Já perto de Frómista, o caminho segue as margens do Canal de Castilla. É uma das obras de engenharia mais importantes realizadas na Espanha. Construido entre a metade do século 18 até o inicio do século 19, percorre as provincias de Burgos, Valencia e Valladolid. Foi construido para transportar a produção de trigo da Castilla y Leon. Com a chegada das estradas de ferro, caiu em desuso.
No total, são 207 km de canais, cuja largura varia de 11 a 22 metros.
Os antecedentes desta grande obra remonta aos séculos 15 e 16, quando alguns estudos sobre a sua construção já existiam. As obras de construção do primeiro ramal canal foram iniciadas em 1753, se extendia por 25 km e foi concluido em 1791. A obra é tão bem feita que funciona até hoje. Veja na foto : o canal está acima do nivel do terreno ao lado.
Um comporta do canal. Ela serve para subir ou descer embarcações.
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Chegamos em Frómista. Ficamos no Hostal San Pedro. Tentamos localizar o Museo Etnografico Rodolfo Puebla, pois era pertinho do hotel. Depois de algum tempo procurando sem acha-lo, descobrimos que ele não existe mais, fechou.
A cidade de Frómista é situada no centro de uma região agrícola muito rica. Durante a ocupação romana era considerada um dos centros de produção agrícola do Império Romano. Por isso, os romanos batizaram a cidade de “Frumentum” (“cereal”), que derivou para “Frómista”.
Fromista, a tardinha. Deserta.
A Igreja de San Martin, do século 11, tem estilo romano. Originalmente era um monastério Beneditino. Esta igreja não é mais usada para serviços religiosos, virou atração turística. O seu interior é ricamente ornamentado por capiteis. É um dos grandes pontos turísticos do Caminho.
Ao derredor da igreja, há mais de 300 figuras de faces de animais e de humanos, esculpidas em pedra.
Nave da Igreja
Crucifixo
Santiago peregrino na Iglesia de San Martin
A Iglesia de San Martin é famosa pelos seus capiteis. São varios deles, dificeis de se fotografar.
Adão e Eva e a serpente no Paraiso
Os tres reis magos visitam a Sagrada Familia.
Uma figura com duas cabeças, uma humana e outra de sapo
Serpente oferece a mação para Eva
O capitel mais famoso e fotografado é o que reproduz uma fábula de Esopo, “O Corvo e a Raposa”. Seguem a fábula e o capitel :
“Era uma vez um corvo que tinha roubado um queijo. Voou para o alto de uma arvore, e ali pousou a fim de saboreá-lo. Uma raposa, sentindo o cheiro, localizou o corvo e se pôs a pensar em um ardil para roubar lhe o queijo. Após algum tempo pensando, disse a raposa : “Bom dia senhor corvo ! Saudações ao mais belo pássaro da floresta ! Que bela plumagem ! “. E ficou a esperar uma resposta de agradecimento do corvo, um passaro feio, de penas pretas. Este, ficou lisonjeado e orgulhoso com o elogio, mas permaneceu calado.
A raposa deu então uma segunda cutucada : “Alem de bela plumagem, o senhor corvo tem a mais bela voz da floresta ! O mais belo canto, mais lindo que o do rouxinol ! Poderia dar me o prazer de ouvir seu belo canto ? “. Ora, o canto do corvo é horrível, não se passa de um “crá-crá-crá”. Mas, desta vez o corvo, todo orgulhoso, cedeu ao falso elogio da raposa. Abriu o bico e começou a cantar, “crá-crá-crá-crá”. Mas, ao fazer isso abriu o bico, o queijo escapou e foi ao chão. Rapidamente, a raposa abocanhou a guloseima e desapareceu na floresta.
Desconfie das pessoas que te elogiam exageradamente. Elas podem querer apenas tirar proveito da sua vaidade.
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Proximo a igreja, existe uma grande praça, onde encontramos uma replica do capitel da fabula de Esopo.
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