Roncesvalles

O caminho de Saint Jean Pied de Port até Roncesvalles

Em 19/04/2018 – 25,1 km

Roncesvalles – drone view – from FaceBook

Quem sai de Saint Jean Pied de Port pode optar por uma das duas rotas existentes, até Roncesvalles.

A Rota Napoleão (24,1 km) é a mais usada, a “tradicional”. Porem costuma ser fechada quando o tempo está ruim, chuvoso, neve, etc.

A segunda rota é a Rota Valcarlos (22,8 km), considerada “rota alternativa”.

(From “Camino de Santiago”, ed. Camino Guides, John Brierley)

Enfim, depois de meses de pesquisas, preparos, reservas e treinamentos, iniciamos a nossa caminhada ! É dificil descrever este momento, a emoção e a ansiedade são grandes !

Final de abril, este ano levamos sorte, pois normalmente nesta epoca está muito mais frio e a vegetação menos verde.

Por ser o primeiro dia, uma distancia razoável até Roncesvalles e exigir certo preparo físico, alguns peregrinos que vão pela Rota Napoleão, andam até o Refuge Orisson (10,6 km) e pernoitam ali. Entretanto, o local é pequeno e não há muitas vagas.

Ao fundo, Bar-restaurante-albergue  Refuge Orisson

Já quase no alto dos Pirineus

Dois km após o Refuge Orison, no alto de uma colina, encontra-se a Virgen de Biakorre.



Dois pôneis perdidos na montanha. Como foram parar aí ?



Um pequeno monumento em homenagem a tres herois franceses da resistencia contra os nazistas na Segunda Guerra. Jean Baptiste Arretche, Jean Pierre Arretche e Jean Baptiste Cristeix. Provavelmente este monumento foi eregido por familiares.

Bebedouro

Marco do limite entre França e Espanha.

Inicio de primavera : um finalzinho de neve.

A vegetação ainda não esta verde nos Pirineus, mas logo a paisagem começa a mudar.

 

Esta cabana é um refugio de emergencia. Há avisos explicando que ele deve ser usado somente nestes casos. Foi construido para peregrinos que forem pegos por nevascas, frio intenso; que se perderam, etc. Infelizmente, o interior dele está bem sujo e mal cuidado.
Roncesvalles

Roncesvalles (ou Roncesvales) é um vilarejo de 90 habitantes, lugar histórico famoso. Perto dali aconteceu a derrota de Carlos Magno durante a batalha de Roncevaux Pass, em 778, quando as tropas de Carlos Magno foram destruidas por tribos bascos. Nesta batalha, morreu o lendário Rolando.

Monumento comemorativo ao 12o. Centenário da Batalha de Roncesvalles.

Na entrada da vila situa-se a Capela do Espirito Santo, também conhecida como Silo de Carlomagno é uma construção do século 12, é considerada a construção mais antiga de Roncesvalles. Na Idade Média era local em que se realizavam missas funerárias, e ali se velavam peregrinos mortos durante a caminhada. No seu subterraneo, existe um ossário, uma catacumba onde acredita-se que sejam restos mortais de peregrinos.  Ao lado do Silo, está a Igreja de Santiago, do século 13.

Igreja de Santiago (Sec. XIII) e a direita o Silo de Carlomagno (Sec. XII)

A Real Colegiata de Santa María de Roncesvalles , uma pequena igreja, contem várias relíquias associadas a Rolando. Construida no século 13 pelo rei Sancho VII, em estilo gótico, tendo como modelo a Notre Dame de Paris, juntamente com o Monastério, para abrigar peregrinos do Caminho de Santiago. Hoje é um pequeno museu, onde está exibido um jogo de xadrez que pertenceu a Carlos Magno, e uma estátua de madeira da Virgem Maria, recoberta de prata, além de pinturas, livros e esculturas.

A Igreja abriga também o túmulo de Sancho VII.

Igreja Colegiata Santa Maria de Roncesvalles.

O monastério da Colegiata é hoje é dividido em duas partes : um hotel de luxo e um albergue de peregrinos.

Monastério, e ao lado direito a Igreja Colegiata de Santa Maria de Roncesvalles

Inaugurada em 2013, a “Estrela do Caminho”  é uma obra realizada em aço, do escultor Faustino Aikorbe. Representa o Caminho de Santiago como um experiencia de interiorização do peregrino, o caminho como uma aspiral que leva o peregrino rumo a si mesmo, à sua alma.

Não quis iniciar este post com noticia triste, por isso deixei esse assunto para o final. O Caminho é super seguro, mas infelizmente fatalidades acontecem.

Placa em memória ao brasileiro Gilbert Janeri, falecido em 2013. Saiu de Saint Jean Pied de Port em condições climáticas ruins, no caminho sofreu um acidente, vindo a falecer. Seus familiares cremaram o corpo e suas cinzas foram despejadas ao longo do caminho.
Segundo noticiarios, ele teria sido alertado para não sair naquele dia de condições ruins, mas na ansiedade de iniciar a caminhada, tomou a decisão errada.