Rodrigo Diaz de Vivar, “El Cid, Campeador”
Vale a pena saber um pouco de Rodrigo Diaz de Vivar, “El Cid, Campeador”, pois ele é de longe o personagem mais popular da história da Espanha.
Rodrigo Díaz de Vivar (Burgos, Espanha, 1043 - Valência, 10 de julho de 1099) morreu com 56 anos, chamado El Cid (do mourisco “sidi”, "senhor") e de Campeador (Campidoctor, Campeão), foi um nobre guerreiro castelhano que viveu no século XI, época em que a Hispânia estava dividida entre reinos rivais de cristãos e mouros (muçulmanos).
Sua vida e feitos se foi pintada com cores de lendas, sobretudo devido a uma canção de gesta, “El Cantar de Mio Cid”.
Uma pagina de “El cantar de mio Cid”
Canção de gesta é um longo poema épico narrativo medieval que celebra os feitos de heróis do passado, A “El Cantar del mio Cid” é uma gesta.datada de 1207, transcrita no século XIV pelo copista Pedro Abád, cujo manuscrito se encontra na Biblioteca Nacional da Espanha A imagem de El Cid que descreve esse manuscrito é de um cavaleiro medieval idealizado: forte, valente, leal, justo e piedoso. Mas há outras fontes que lhe pintam um retrato bem menos favorável.
El Cid, em Burgos.
Órfão de pai, foi criado pelo rei Fernando I de Leão, que lhe deu uma educação refinada.
Com a morte do rei Fernando I, o reino foi dividido entre seus filhos:
Castela ficou para Sancho;
Galiza para Garcia;
Leão para Alfonso;
Toro para Elvira; e
Zamora para Urraca.
Entretanto, Sancho não concordou com a divisão e passou a lutar pela reunificação e ampliação da herança paterna sob sua coroa, e nessa luta, contou com a ajuda de Rodrigo, nomeado Alferes do reino.
Rodrigo tinha 23 anos quando venceu, em combate singular, o alferes de Navarra, Jimeno Garcés, façanha que lhe valeu a alcunha de "Campeador", e já no ano seguinte começou a ser conhecido como "El Cid", entre os mouros.
Investindo contra o irmão Alfonso (Batalha de Golpejera), Sancho tomou-lhe o reino de Leão e, em seguida, voltou-se contra Zamora, empreendendo o cerco do castelo onde vivia Urraca. Foi durante esse cerco que Sancho foi assassinado, a traição, por Bellido Dolfos, suspeito de ser agente de seu irmão Alfonso.
Sancho não deixou herdeiros e Alfonso VI tornou-se rei de Castela. Ou seja, tava quietinho no canto dele, sossegadinho e acabou ficando com tudo…
Após a coroação, as relações entre o novo rei e Rodrigo começaram a azedar, até que, em 1081, El Cid foi exilado, pela primeira vez, de Castela
A partir deste ponto, as informações sobre a vida de El Cid (Rodrigo) são contraversas, incertas. Segundo uma versão, Rodrigo refugiou-se nas montanhas de Aragão, arregimentando um pequeno exército de mercenários, cujas armas eram postas ao serviço de quem lhes pagasse mais, fosse cristão ou muçulmano.
Diz se que Rodrigo teria se casado com Jimena ( ou Ximena), filha do Conde de Oviedo, pouco antes do exílio. Sendo ela muito feia e mais velha do que ele; teria El Cid se casado por interesse, visto que ela tinha um patrimônio invejável.
De certeza, sabe-se que El Cid estabeleceu vinculos com o rei mouro Al-Cádir, que tinha um pequeno emirado independente na Espanha. Esta relação segundo alguns seria de amizade, entretanto outros preferem dizer que Al-Cadir contratou o exercito mercenário de El Cid, e este conquistou para o rei mouro os pequenos reinos de Albarracin e Alpuente.
Em 1089 um numeroso exército mulçumano (composto de almorávidas, nômades do deserto do Saara), liderados por Yusuf, atravessou o estreito de Gibraltar, invadindo o sul da Espanha. O Rei Afonso VI, que havia exilado El Cid, chamou-o de novo à Castela, para ajuda-lo a expulsar este exército. Derrotado o exercito mulçumano, as relações entre o rei e El Cid novamente se azedaram e ele foi exilado pela segunda vez.
Nos dez anos que se seguiram, a fama e o poder de Rodrigo, El Cid, cresceu. Formou um grande exército, e com ele conquistou e se tornou senhor dos reinos mouros de Lérida, Tortosa, Dénia, Albarracín, e Alpuente. Ou seja, expulsou vários mulçumanos da Espanha e estava formando um sub-reino dentro da Espanha.
El Cid manteve o emirado mulçumano de Al-Cádir, seu amigo, em paz. Mas, por volta de 1093, Al-Cádir foi assassinado. Tendo falecido seu amigo, El Cid atacou o emirado de Valência, o do falecido, conseguindo tomá-la em junho de 1094, após 19 meses de cerco da cidade.
Mas os almorávidas, sob a liderança de Mahammad, sobrinho de Yusuf, voltaram a cruzar o Gibraltar e atacaram Valencia. Após vários combates, El Cid obteve uma vitória decisiva, que contribuiu para tornar sua pessoa objeto de narrativas heroicas, várias delas absolutamente inverídicas.
Até sua morte, El Cid Rodrigo governou Valência em nome do rei Alfonso VII mas, na verdade tinha grande autonomia, acredita-se que tinha até independencia total em relação ao rei. O que provavelmente acontecia, pois o rei Afonso VII não era tolo, não ousaria cutucar a onça com vara curta..
Os restos mortais de El Cid e sua esposa Jimena estão no centro da grandiosa Catedral de Burgos.
El Cid Campeador, em Balboa Park, California, USA
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